MITOS E VERDADES SOBRE GLÚTEN
1 – O glúten é um carboidrato
Mentira! Você sabe o que é o glúten? O
glúten é uma proteína! Sim, embora esteja presente em alimentos ricos em
carboidrato, o glúten faz parte justamente da pequena fração protéica
destes alimentos.
A maior parte das pessoas já começa se
enganando achando que o glúten é carboidrato! É uma proteína vegetal
encontrada no trigo, centeio, cevada e aveia.
Dessa forma, o glúten está presente em
quase todas as preparações do nosso dia-a-dia: pão, torrada, macarrão e
outras massas, biscoitos, na cervejinha do fim de semana…
2 – Alimentos integrais não possuem glúten
Mentira de novo. Sim, os alimentos
citados acima na versão integral também contêm glúten, da mesma maneira.
Ou seja, glúten está presente em diversos cardápios de alimentação
saudável e equilibrada.
3 – A aveia contém glúten
Sim. Porém é comum muitas pessoas passarem a informação que a aveia não contém glúten. E realmente é um perigo falar
isso, pois os intolerantes podem ter acesso à informação errada.
Mas eu entendo o porque de muitos pensarem assim, pois o grão
de aveia por natureza não contém glúten, possui outro tipo de proteína
chamada de avenalina. Mas para que a aveia e seus os produtos permaneçam
livres de glúten, é importante ter certeza de que eles não entraram em
contato com cereais que contenham glúten em alguma fase do
processamento, o que não ocorre pois já é cultivada no mesmo terreno que
estes.
Há então a contaminação, exceto algumas
aveias especiais – é raro – processadas separadamente no qual a
embalagem indicará que não contém glúten.
4 – O glúten aparece em
preparações inusitadas, como alguns iogurtes e sorvetes, inclusive de
forma isolada (sem ser por exemplo na farinha de trigo, apenas
“glúten”).
Isso ocorre pelo fato de essa proteína
representar um lado facilitador na gastronomia: confere a famosa “liga”,
maciez e elasticidade. É a responsável pela melhora da textura de
vários alimentos.
A ANVISA (órgão regulador) determina que
os produtos industrializados são obrigados a identificar no rótulo
nutricional a seguinte informação: CONTÉM ou NÃO CONTÉM GLÚTEN.
5 – O glúten é sim uma substância bem alergênica e devemos ficar atentos.
Sim! A chamada Doença Celíaca é uma
intolerância ao glúten. O consumo do glúten pelos celíacos gera um
intenso processo inflamatório, que pode ter consequências, como a não
absorção de inúmeras vitaminas e minerais.
É uma doença que afeta 1% da população
mundial (merecia mais atenção, né?) e não tem cura, só tratamento: a
exclusão permanente do glúten na alimentação.
6 – Não sou celíaca, então não tenho nenhum tipo de restrição quanto ao glúten
Não é assim! Toda a questão da famosa
#glutenfree tem fundamento sim, provém justamente desse fato de ser
considerada uma substância alergênica por ser mal digerida no nosso
aparelho digestivo.
Outro fator é que, além do portador da
doença celíaca, existem também pessoas com sensibilidade ao glúten, ou
seja, não são celíacos, mas essa sensibilidade pode aparecer até em quem
nunca apresentou predisposição.
Os principais sinais são: inchaço
abdominal, desconforto abdominal, náuseas, diarreia, vômito,
emagrecimento, fadiga e fraqueza. Se você também faz uso de analgésicos
em excesso, é bom ficar atenta.
7 – Glúten engorda
Mito! Glúten em si não engorda. Tanto
que o perfil de pacientes celíacos não é de magreza, pelo contrário,
normalmente a magreza vem com o consumo do glúten durante a intolerância
não diagnosticada.
A atriz Isis Valverde é um exemplo de
celíaca que ganhou peso de forma saudável ao cortar o glúten: durante o
período de intolerância relatou que chegou a pesar 45kg.
O glúten é responsável sim, por um
inchaço momentâneo em algumas pessoas mesmo que não intolerantes, mas
apenas esse estufamento.
Você deve estar se perguntando: mas
então como as pessoas emagrecem sem o glúten? O que engorda são os
outros componentes que fazem companhia para ele nos alimentos, como
carboidratos simples e gordura.
Desta forma, cortar o glúten do cardápio
pode sim auxiliar a perda de peso, mas isso ocorre pelo fato de
resistirmos às tentações como cerveja, pizzas, doces… A restrição destes
alimentos fonte de glúten reduz automaticamente a ingestão calórica, e
como consequência ocorre a perda de peso.
O que pode acontecer também é que as
pessoas que cortam o glúten da dieta começam a ler mais as embalagens e
rótulos e acabam prestando atenção também em outras informações,
escolhendo melhor o que consomem, fazendo trocas saudáveis.
8 – Glúten x Câncer
Nenhum estudo científico demonstra
relação, embora a mídia veicule constantemente algo sobre o tema. Apenas
complicações a longo prazo de quem tem a doença celíaca poderiam
resultar em câncer no intestino.
9 – A tapioca é sem glúten e um alimento perfeito
Também sou muito a
favor da tapioca, mas ela merece atenção: seu consumo não está liberado
à vontade, ela é puro carboidrato, não é “emagrecedora” – tem pouca
fibra – e tem alto índice glicêmico, ou seja, tem quantidade e hora para
comer.
O melhor para você somente um profissional vai poder avaliar, mas como sugestões gerais:
*Não utilize mais de 2 colheres cheias de goma por vez na hora de preparar
*É boa para consumir pela manhã e no pré ou pós treino
* Adicione sempre semente de chia ou
linhaça (com moderação!) na massa para ajudar no controle do índice
glicêmico, enriquecendo com fibras
*Atenção ao recheio: prefira sempre
recheios leves. Sugestões: manteiga caseira de azeite, geleias sem
açúcar, banana com canela, pastinhas de ovos, peito de peru com
temperinhos, cottage…
10 – No fim das contas, mesmo não sendo celíaca, vale a pena reduzir a minha ingestão de glúten?
SIM! Independente do fator intolerância,
sinto que o consumo excessivo, principalmente do trigo e derivados,
limita MUITO a nossa alimentação no dia a dia.
Vamos nos permitir, vamos experimentar
novos sabores, conhecer nosso corpo e como ele reage aos alimentos. Como
falei com vocês, não é questão de tirar o glúten, mas sim substituir
alimentos.
A farinha de arroz por exemplo é bem
mais levinha que a farinha de trigo… Um macarrãozinho de arroz é tão
delicioso quanto uma massa “tradicional”.
Fora que, além de fazermos trocas
saudáveis, nos permitiremos uma alimentação mais natural… Basta pegar a
embalagem do seu pão integral 12 cereais ou torradinhas integrais e ver a
quantidade de ingredientes aditivos na embalagem. Reparem! Agora
vejamos a tapioca… Fécula de mandioca. Ponto.
Por isso falamos tanto em comer “limpo”,
desintoxicar, desinchar… Por um mundo com mais bolachinhas de arroz
integral no forno (aquele arrozinho que sobrou da janta de ontem!), por
um milho verde menos esquecido – com ervilhas!, mais fubá, quinoa,
amaranto, mandioca, batatas, polvilho, linhaça…
E sempre muitas receitinhas caseiras –
até por motivos econômicos, produtos sem glúten ainda são mais caros,
infelizmente! Um mundo se abre quando desgrudamos de alguns vícios
alimentares e do que as indústrias nos impõem.
#ficaadica
Jéssica Borges Pereira CRN3 45980/P
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